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Gato Preto

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Mensagem por † Lobo † Sáb 3 Dez 2011 - 1:32


Gato Preto  2ccpf9t
A
história de vida do gato preto é impressionante. Sacrificado por uns,
adorado por outros, o gato preto sobreviveu a tudo simplesmente para
reclamar o lugar que mais gosta de ocupar: um sítio quente, junto à
janela.

As superstições acerca dos gatos começaram desde muito
cedo. Os primeiros povos a atribuir uma aura mística ao gato foram os
egípcios que o idolatravam, tendo mesmo um deus com a sua forma física,
Bast. Em honra desta divindade, os egípcios mantinham gatos pretos nas
suas casas e davam-lhes honras reservadas a faraós, mumificando-os
depois de mortos.

Mas foi na Idade Média que o gato viu a sua
sorte mudar. Apesar de concederem um importante serviço ao homem,
caçando os ratos que eram considerados uma praga por todo o lado, a
verdade é que havia grupos de gatos vadios que faziam das cidades o seu
território. A sobrepopulação terá sido o primeiro motivo pelo qual o
gato deixou de cair em graça para passar a cair em desgraça.

A
Idade Média ficou marcada pela bruxaria, superstição e febre religiosa. O
gato, como animal independente e solitário, captou a atenção tanto de
cristãos como pagãos.

No paganismo, o gato representa protecção e
sabedoria, mas na magia negra, o gato preto macho personifica o diabo.
No tarot, no baralho de Rider Waite, a Rainha de Paus é representada com
um gato preto a seus pés, significando energia instintiva, mas
domesticada.

O gato é um animal que caça durante a noite e era
acolhido na Idade Média por pessoas sozinhas. Os gatos vadios eram os
animais de estimação de pedintes e pobres, o que não favorecia a imagem
do gato. Os olhos penetrantes que iluminam as noites contribuíram
provavelmente para a catalogação do gato como espírito diabólico. A cor
preta era a cor do mal e das trevas, o que tornou os gatos desta pelagem
os mais perseguidos pelos inquisidores e cristãos. A sua associação a
práticas pagãs provocou um maior distanciamento entre os cristãos e o
gato. O facto de o gato ser várias vezes sacrificado em rituais pagãos
tornou-o num símbolo a combater.

Depressa começaram a surgir
relatos que ligavam os gatos a bruxarias. Diz a lenda que por volta de
1560, em Linconshire, filho e pai foram assassinados por um gato preto
que lhes cruzou o caminho. O animal coxeava com vários arranhões e
dirigiu-se para a casa de uma mulher que os habitantes da região
suspeitavam que fosse bruxa. No dia seguinte, a mulher apareceu a coxear
com uma ligadura no braço.


Outra história relatada conta que durante a noite um agricultor cortou a orelha de um gato.
O
homem acreditava que o gato estava a assombrar a sua propriedade. No
dia seguinte, o agricultor regressou ao local apenas para encontrar
parte da orelha de um humano. Na Alemanha, as histórias sobre a
dualidade bruxa/gato preto são comuns. Uma mulher após ter sido acusada
de bruxaria e condenada à fogueira, transformou-se em gato preto
enquanto ardia. Foi assim que surgiu o mito de que as bruxas se
transformam em gatos pretos durante a noite. E foi também desta forma
que se encontraram justificações para perseguir estes animais.

Juntamente
com as lendas surgem também outros factos históricos que na altura
serviam de base de sustentação a muitas superstições. O Rei Carlos I de
Inglaterra tinha um gato preto como animal de estimação. Ele acreditava
que o seu gato lhe trazia sorte. Coincidência ou não, o gato morreu um
dia antes de o Carlos I ter sido preso por Oliver Crommwell. O Rei foi
acusado de traição e mais tarde decapitado.

Surpreendentemente, o
gato preto sobreviveu a décadas, se não séculos de perseguição. A sua
pelagem negra, pela qual era perseguido, era também uma vantagem quando
caçava à noite, fundindo-se com a escuridão. Naqueles tempos, não
faltava alimento para os gatos, uma vez que os ratos abundavam pelos
campos e cidades.

Na altura do Renascimento, a Igreja Católica
tinha já abrandado a caça aos pagãos. Esta foi uma boa notícia para o
gato pois os cristãos tinham conseguido reduzir a prática do sacrifício
de animais, e em particular dos gatos com pelagem preta e alem disso
deixaram de ser perseguidos pelos próprios cristãos.

No entanto
da Idade Média resistiram as superstições profundamente enraizadas na
cultura popular. Apesar de em Portugal ser mais comum associar o gato
preto a um mau presságio, são várias as crenças que lhe são favoráveis
noutros países.


Algumas Superstições Comuns

Na Escócia
Um gato preto no alpendre traz prosperidade.

Na Itália
Ouvir um gato preto a espirrar traz boa sorte.
Se um gato preto se deita na cama de uma pessoa doente, significa que a morte dessa pessoa está perto.

Em Portugal
O gato preto que cruza o nosso caminho traz má sorte

Na Irlanda
O gato preto que cruza o caminho de alguém durante noites de luar, é prenúncio de epidemia.

Na Inglaterra
Na
costa de Yorkshire, as mulheres dos pescadores acreditam que os seus
maridos regressarão sãos e salvos da faina se mantiverem em casa um gato
preto.

Entre os pescadores é comum a crença de que os gatos
pretos mantidos em casa enquanto saíam para pescar era sinónimo de bom
tempo no alto mar. Há quem defenda que o preço dos gatos pretos chegou a
aumentar de tal forma que vários marinheiros não tinham dinheiro para
comprar um.

Em algumas regiões da Inglaterra acredita-se que oferecer um gato preto à noiva trás sorte.

Na França
No Sul deste país, acredita-se que cuidar de um gato preto trás boa sorte.

Na Alemanha
Um
gato que cruza o caminho de uma pessoa da direita para a esquerda é mau
presságio, mas da esquerda para a direita é boa sorte.

Na Letónia
Para
os agricultores deste país, encontrar um gato preto nos reservatórios
de sementes é uma óptima notícia. Para eles, estes gatos são o espírito
de Rungis o Deus da Colheita.


Superstições Actuais


Hoje
em dia, o gato preto continua a ser mais do que um gato de pelagem
escura. Ainda há quem veja nele sinal de boa ou má sorte. Num estudo
realizado em associações de animais dos Estados Unidos da América,
constatou-se que o gato preto era a segunda pelagem menos desejada. A
primeira era a castanha. Assim, o gato preto era sempre dos últimos a
ser adoptado numa ninhada de gatos de várias cores.

A acentuar a
ideia de que o gato preto ainda não é visto como um outro gato
qualquer, nos Estados Unidos da América, onde há uma forte tradição de
festejar o Halloween (Noite das Bruxas), algumas associações de animais
têm uma política especial que implementam nessa época. Neste feriado
manteve-se em alguns locais a tradição de sacrificar animais, entre eles
o gato preto. Por esta razão, a adopção destes gatos fica suspensa
algumas semanas antes e depois desta festividade.

Em Portugal, as
superstições sobre gatos pretos não parecem ter tanta força e é
bastante comuns encontrar um gato preto como animal de estimação. Não
deixa de ser curioso que na Inglaterra, apesar da caça às bruxas e aos
gatos vivida na Idade Média, as superstições que resistiram aliam
invariavelmente o gato a bons sinais.

No entanto, o gato preto
parece ainda estar longe de reconquistar a posição que tinha no Antigo
Egipto. Ou talvez não, uma vez que, tal como os outros gatos, parecem
ser peritos em ganhar a adoração dos donos.











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Mensagem por Leon Scott Sex 25 Jan 2013 - 15:33

Coitadinho :/
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